É impossível a uma equipa, seja ela qual for (mesmo as de Mourinho) jogar sempre ao mesmo nível ao longo de uma época cada vez mais longa, com várias competições em paralelo e com níveis de exigência cada vez mais levados ao limite.
Para ter sucesso é claro que tem que ser desenvolvido um trabalho de qualidade pela equipa técnica, de preferência tendo à disposição peças de qualidade para colocar em campo, de acordo com as circunstâncias e com a forma física, técnica e psicológica de cada jogador...
Mas para além disto, para além de tranquilidade dentro e fora do balneário, para além do apoio incondicional dos adeptos, para além de confiança, é fundamental um outro factor, mais ou menos aleatório: a sorte!
Ontem, frente à Naval, o Benfica jogou mal, mas, pela primeira vez esta época teve sorte... Seguramente, pode-se considerar improvável que, uma equipa que nunca conseguiu mandar no jogo frente à Naval, depois de estar a ganhar 1-0 (fruto de um lance de bola parada), sofrendo o empate aos 82 minutos de jogo, conseguisse ainda chegar à vitória...
Mais improvável ainda, que o golo decisivo tenha nascido de um cruzamento de Jorge Ribeiro (com uma "tímida" exibição ao longo da partida), e tenha sido concretizado num golpe de cabeça de Cardozo!...
Foi sorte?... Claro que sim! Mas estes três pontos já estão contabilizados, e todos os pontos contabilizados são importantes para a contagem final... valem tanto como os conquistados frente ao Sporting ou como os que possam ser conquistados numa grande goleada a coroar exibições de luxo.
Ora é fundamental que nesta fase de amadurecimento da equipa, sejam amealhados estes pontos, e a verdade é que já não havia memória da última ocasião em que o Benfica teve que olhar para baixo para encontrar ambos os eternos rivais na tabela classificativa.
Mais importante ainda é esta fase do campeonato, porque se começa a perceber que alguns adversários dos jogos já decorridos são efectivamente adversários difíceis (o SCP ou o FCP não conseguiram aliás melhor que o Benfica - vidé casos do Paços de Ferreira ou do Leixões)... O que não quer dizer que agora venham aí os "fáceis"... Para começar, na próxima semana, deslocação a Guimarães...
Ainda no que diz respeito ao jogo com a Naval, alguns apontamentos:
- Má exibição dos laterais encarnados, com Maxi Pereira muito abaixo do normal a conceder muitas facilidades aos brasileiros baixinhos e super-rápidos que vieram da Figueira da Foz e Jorge Ribeiro a continuar na senda das exibições pálidas (sentirá constantemente a sombra de Léo?), efeito apenas atenuado pelo cruzamento conseguido para o 2º golo do Benfica;
- Meio campo lento, com poucas ideias e muito desgastado - o jogo do Benfica foi lento, Yebda parece não estar recuperado da recente lesão... Carlos Martins já não teve pernas para se conseguir mexer nos últimos 20 minutos de jogo, Reyes e Di Maria com lacunas defensivas graves que explicam em parte as falhas dos laterais (um alerta para Quique Flores: tem que ter mais atenção com os jogadores que deixa em campo quando esgota as substituições... ontem o Benfica acabou o jogo com 8, 9 jogadores efectivos);
- Continua a faltar inteligência aos jogadores e à equipa colectivamente. Mais uma vez, depois de se encontrar numa posição de vantagem, a equipa perde-se, não sabe mudar o ritmo de jogo e coloca-se à mercê para a recuperação adversária, que tem acabado sempre (ou quase) por se verificar... falta inteligência, saber segurar a bola e confiança de que é possível segurá-la com qualidade;
- A atitude da equipa tem que (continuar a) ser trabalhada para encarar todos estes jogos menores como finais que são;
- A qualidade de jogo tem que melhorar substancialmente, de forma a que se atinja uma regularidade mínima... a sorte não tem por hábito acompanhar o Benfica por muito tempo.
Saudações cativas.
PS - Ultimamente sinto-me bastante solitário...
27 outubro 2008
Os campeonatos ganham-se (também) jogando mal!
rematado por Pedro às 16:43
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