O Benfica saiu ontem de Berlim com 1 ponto no primeiro jogo da fase de grupos da taça UEFA...
Um ponto com sabor agri-doce... pelo que se passou em campo o resultado parece justo, no entanto, o potencial da equipa benfiquista não se materializou nas quatro linhas...
Ao contrário de algumas críticas endereçadas a Quique Flores, o treinador do Benfica enviou as mensagens certas para dentro do campo. Optou por uma formação inicial de ataque e descomplexada, dando a entender que se os jogadores baixassem para o relvado o seu verdadeiro potencial, o regresso a Lisboa seria coroado com uma vitória. O mesmo sucedeu com as substituições efectuadas: a mensagem foi sempre a de que a vitória estaria ao alcance e jamais uma intenção de segurar um resultado (fosse ele o 0-0, quer fosse o 0-1 fruto do golo "acidental" de Di Maria).
O que sucedeu foi o crónico problema de falta de confiança dos jogadores em si próprios. Talvez pelas sucessivas épocas de insucessos, talvez pela pressão exercida sobre este plantel para que compense a ausência de alegrias dadas aos adeptos...
O início do jogo foi tranquilo e facilmente controlado pelo Benfica. No entanto, quando o Hertha de Berlim esboçou os primeiros lances de futebol ofensivo (com especial destaque para o jogador Voronin, que ocupou toda a largura do terreno), a equipa começou a tremer...
Pior, quando se viu em posição de vantagem, os jogadores interiorizaram a ideia de que o resultado estava para além das suas capacidades, que era no fundo bom demais, remetendo-se a partir daí a uma toada defensiva de "vamos lá aguentar isto"...
Ora como é habitual, sujeita a este tipo de pressões, a equipa acaba sempre por ceder e a cerca de 15 minutos do final, lá surgiu o golo da igualdade num bom remate com alguma sorte à mistura.
Menos mal a obtenção deste primeiro ponto, embora o élan que se conseguiria por sair na liderança do grupo estar irremediavelmente perdido, obrigando o Benfica agora a uma vitória frente ao Galatasaray, para seguir caminho em direcção à qualificação para a fase seguinte. Quique Flores procurou essa vantagem extra, enviou as mensagens subliminares à equipa nessa orientação, mas o ruído de fundo não permitiu que os jogadores a entendessem.
Aspectos preocupantes: a troca imprevista em cima da hora do jogo de Yebda por Bynia (embora não tenha comprometido, não dá efectivamente a mesma profundidade ao futebol encarnado, proporcionada normalmente pelo jogador francês) e a insistência de Quique Flores (aqui sim, um erro de estratégia) em escalar uma defesa com apenas "3 jogadores e meio"...
Jorge Ribeiro pode ser um bom suplente, uma boa opção de recurso, mas não sabe efectivamente nada que o Léo ainda tenha que aprender ficando a ver o jogo de fora. Jorge Ribeiro continua a revelar receios excessivos em apoiar o ataque, não se notando uma segurança adicional por este efeito em termos defensivos... Os seus cortes são por vezes precipitados e, mesmo sem se aventurar ofensivamente, é algumas vezes apanhado em contra-pé, especialmente se encontrar pela frente jogadores rápidos (como Voronin)... Uma questão a revisitar, espera-se que por pouco mais tempo, até que Léo recupere a natural titularidade.
Saudações cativas.
24 outubro 2008
Ruído de comunicação
rematado por Pedro às 12:39
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