29 setembro 2008

Rampa de Lançamento!

Os dados estão (re)lançados!

Com um início de época titubeante, este fim de semana marcava o início de um ciclo mais ou menos determinante para o sucesso da equipa, mas essencialmente para atingir níveis de tranquilidade adequados para continuar com o trabalho sério que tem vindo a ser desenvolvido pela equipa técnica do Benfica e respectivo plantel às suas ordens.

As vicissitudes têm sido muitas: entre lesões, castigos, falta de entrosamento, aquisição de novos conceitos tácticos, comprovada falta de sorte em alguns lances defensivos e um calendário improvavelmente difícil (Porto, Sporting e 2 jogos com o Nápoles em menos de um mês), é evidente que, em caso de derrota no jogo com os leões no passado Sábado, os 7 pontos de atraso correspondentes, abalariam e muito a atitude e confiança desta equipa benfiquista ainda em construção, sempre pressionada pelos adeptos mais exigentes do mundo, pela imprensa e claro, pelos investidores (leia-se instituições financeiras) com interesses na SAD benfiquista.

Quique Flores apostou numa dupla de centrais muito jovem (também face às ausências forçadas) e foi ainda mais além, “dispensando” os serviços do jovem Leo (até há pouco considerado como um imprescindível da equipa, a meu ver bem), fazendo alinhar na defesa esquerda o reforço (?) Jorge Ribeiro.

Opção questionável esta, uma vez que me parece que Leo oferece muito mais garantias quer ofensivas, quer defensivas, desde que instruído para o efeito. Enfim, esta troca pode ter três ou 4 explicações possíveis: 1) poupar recursos disponíveis, com vista à utilização de Leo e das suas capacidades ofensivas num jogo que o Benfica necessita ganhar frente ao Nápoles; 2) uma quebra de forma do lateral esquerdo brasileiro; 3) uma maior confiança (questionável) nas capacidades defensivas de Jorge Ribeiro, de forma a permitir uma maior liberdade a Reyes ou 4) outra questão menos saudável em termos de balneário (de todas as opções, esperemos que não seja este o caso).

Seja como for, o Benfica venceu e bem, vitória no derby lisboeta que começou, coincidência ou não, precisamente a desenhar-se num belíssimo pontapé de Reyes!

O Benfica correu mais, teve mais atitude e teve efectivamente alguma supremacia táctica face à tentativa de jogo directo, praticado pelo Sporting. No entanto, os jornalistas que cantaram louvores à exibição benfiquista (quer dos jogadores, quer do treinador), facilmente crucificariam essa mesma equipa e o seu treinador caso a bola não tivesse entrado…

A verdade é que o jogo foi equilibrado, e que um pequeno lance, um pequeno momento poderiam fazer a diferença. Foi isso que aconteceu, felizmente a beneficiar os encarnados! De todo o modo, a equipa continua a ter um longo caminho a percorrer e não podemos (especialmente os benfiquistas) perder essa noção.

Creio estarem criadas as condições para que a construção da equipa continue a bom ritmo, de preferência com a disponibilidade de alguns elementos importantes que se têm pautado pela irregularidade devido a lesões ou castigos (Luisão, David Luiz, Suazo, etc.), com o objectivo de chegar a meio da época bem posicionada para atacar o final da mesma, com uma equipa bem “oleada”, confiante, pujante, que impunha temor aos adversários (apanágio do FCP nos últimos anos) e que jogue um futebol simples, bonito e eficaz!

Para que tudo isto aconteça, seria também muito importante uma vitória frente ao Nápoles na próxima 5ª feira… (nem que seja por 1-0, aos 97 minutos, com um golo “estranho” numa bola de ressalto, de preferência legal!) com a correspondente passagem à fase seguinte da taça UEFA!

Saudações cativas e “construtivas”.

23 setembro 2008

Como tornar difícil o que parece fácil

1ª LIÇÃO:

Marcar um golo aos 6 minutos fruto de uma belíssima jogada de ataque, ter o jogo aparentemente calmo e controlado e, quando menos se espera, falhar um alívio de bola à entrada da área e dar o corpo ao remate de um adversário para levar a bola caprichosamente ao ângulo da própria baliza.

2ª LIÇÃO:

Após um período de tempo de encaixe do empate sofrido a frio, conseguir através de jogo efectivo atingir uma margem clara e confortável de 2 golos de diferença a meia hora do final do jogo para logo depois voltar a encaixar um golo mal sofrido numa bola mal dominada pelo guarda-redes Quim (continuo a pensar que não vejo outros guarda-redes da nossa liga a cometer erros tão básicos!... vá, talvez com a excepção do Rui Patrício e claro, do saudoso Ricardo!)...

3ª LIÇÃO:

Apesar de uma 2ª parte mais apagada, conseguir um golo fantástico depois de um remate do improvável Jorge Ribeiro (agora uma mensagem privada: sendo este bom ou mau, queria ver o Luís Filipe a fazer algo sequer parecido com o remate deste miúdo!), repondo a diferença de 2 golos no marcador, para uns aparentemente concludentes 2-4, para, passados uns minutos consentir mais um golo fácil, explicado talvez pela inexperiência individual e colectiva da defesa e pela menos explicável tremideira que afectou o actual guarda-redes da selecção nacional.

4ª LIÇÃO:

Passar os últimos 10 minutos do encontro sem sair da própria grande área, revelando uma incapacidade frustrante de movimentações ofensivas ou de inteligência de jogo defensivo, com recurso a faltas sistemáticas a meio do meio campo, precisamente a arma mais temível utilizada pelo Paços de Ferreira, para colocar a bola com perigo junto da baliza de Quim... ainda deu tempo para uma grande defesa, para mais algumas atrapalhações na defesa com os correspondentes alívios mal conseguidos e para ver a bola a razar o poste, naquele que seria o golo do empate...

Em resumo, ficou o resultado positivo, com a equipa a denotar bons momentos, mas alternados com muita ansiedade e falta de maturidade no que respeita ao controlo de jogo... Mais importante ainda, o baptismo de um novo local de visionamento do jogo: 100%! 1 jogo = 1 vitória... agora é ver se a estatística se mantém!

Saudações cativas.

19 setembro 2008

Cinismo italiano

Taça UEFA, 1ª eliminatória, 1ª mão, Nápoles 3-2 Benfica.

A época, apesar de prometer muito, está difícil de arrancar. O Benfica continua sem vitórias em jogos oficiais: 3 jogos, 2 empates e desta vez, uma derrota.

Ontem, o Benfica pode-se queixar de vários aspectos: em primeiro lugar a habitual falta de sorte portuguesa (vidé exemplos da selecção face à Dinamarca, do Setúbal também no jogo de ontem frente ao Herenveen, as duas bolas às traves do Marítimo com o "colosso" Valência). Com dois golos surrealistas (um deles sofrido imediatamente após o golo inaugural marcado pelo reforço benfiquista - com "R" maiúsculo - David Suazo) e outro logo no início da 2ª parte com um ressalto traiçoeiro a bater o guarda redes Quim, pela 3ª vez.

Depois, contrariando o hábito de não comentar a terceira equipa presente em cada jogo, há que referir a pobre exibição do trio de arbitragem, especialmente no capítulo disciplinar, que possibilitou que o Nápoles chegasse ao fim da partida com 11 jogadores ao invés de 8!

Três expulsões foram perdoadas à equipa italiana, sendo que a última destas situações provocou pelo contrário, que o Benfica tenha estado na prática com menos um jogador em campo durante 20 minutos - uma entrada duríssima sobre Suazo que, espera-se que não provoque males maiores ao nível da integridade física do jogador (se a referida falta tivesse sido cometida pelo benfiquista Bynia, não faltariam dedos acusadores!).

Finalmente, e talvez o ponto mais importante, uma vez que caso não se verificasse, teria compensado os aspectos anteriores. O grande erro de "casting" deste novo Benfica: a não contratação de um lateral direito efectivo, sem que exista cultura e disponibilidade táctica de alguns jogadores (especialmente de Reyes, Di Maria e Urreta) para compensar as deficiências defensivas do esforçado mas limitado Maxi Pereira (ingratamente remetido para aquela posição que parece não ser sua) e as investidas arriscadas do "jovem" Leo.

Enfim, no final o resultado conseguido tem um sabor agri-doce, deixando a porta entreaberta a uma passagem à seguinte eliminatória, caso na 2ª mão na Luz, o Benfica não cometa alguns dos erros de ontem e seja acompanhado por alguma sorte.

Vamos Benfica!

Saudações Cativas.