12 outubro 2008

Os primeiros testes

Desde meados de Agosto que estou afastado das lides bloguistas, primeiro e sobretudo por falta de tempo, e segundo por alguma desmotivação temporária. Desde há uma semana que a desmotivação se transforma lentamente em motivação e são já alguns os textos que comecei a esboçar para o retorno Outonal.

O primeiro a sair da cartola surge então relativamente ao meu Benfica. Como saberão os meus companheiros de blog e de bancada, tenho estado a evitar fazer grandes avaliações relativamente a esta "nova época nova" em que mais uma vez tudo muda e espera com ambição bons resultados. É minha convicção que, tanto o Rui Costa como o Quique, merecem que se lhes seja dado tempo para mostrarem o que podem fazer.

Passadas que foram já 5 jornadas para o campeonato e uma eliminatória da Taça UEFA sinto que já posso fazer uma avaliação mais a sério do que foi esta pré-época e fazer uma previsão do que vai ser o resto da época.

Saldo: 2 vitórias, 3 empates. À primeira vista pode parecer um início de época do costume, ou seja, o campeonato já perdido e adeptos já a questionar a contratação de um treinador desconhecido. O que realmente está a acontecer é que temos os adeptos em sintonia com a equipa e com as opções tomadas na pré-época. Nestes jogos já recebemos o Porto e o Sporting em casa e com resultados moralizadores (não bons porque se exige sempre a vitória), um empate e uma vitória. Temos um treinador ambicioso mas realista, temos um treinador com vontade de ganhar e sem medo de errar, não sendo perfeito, acho que é o treinador com o início de época mais promissor dos últimos anos. Demonstrou, na minha opinião, três problemas até ao momento, tem um modelo de jogo algo fixo e mais adaptado a jogos com equipas maiores em que a pressão alta surpreende e resulta mas que não favorece o ataque continuado que é necessário contra equipas mais pequenas (os jogos com o Leixões e com o Paços foram bons exemplos disso); esgota sempre as substituições a 20/30 minutos do fim (passámos do Camacho que só substituía aos 75 min para o oposto) e com uma equipa a dar sempre o litro durante os 90 minutos é um risco que já causou alguns dissabores (Porto e Nápoles); finalmente um problema que é mais pessoal e que nasce de uma avaliação completamente tendenciosa,  detesto o Jorge "Pesetero" Ribeiro, adoro o Leo e não consigo entender o que é o melhor lateral esquerdo que passou pelo futebol português nos últimos 10/15 anos ainda tem para aprender que o Jorge "Pesetero" Ribeiro já tenha aprendido, confesso que me faz muita confusão. Dito isto acho que o Quique se revelou uma boa escolha, ainda tem muito para aprender sobre o futebol português (o jogo com o Leixões foi exemplo) mas se aprender com os erros tem todas as condições para chegar ao final da época a ser levado em ombros pelos adeptos.

Terminada a análise sobre o treinador gostaria de deixar umas palavras sobre o Luís Filipe Vieira, o Rui Costa e sobre a equipa que ele soube construir.

O Luís Filipe Vieira é para mim um bom presidente, não é óptimo, mas é bom e tinha como principal defeito o não saber estar calado, diria que algo o fez aprender a concentrar-se nas suas funções de gestão e deixar o futebol para quem sabe. É óbvio que o processo de transferência do Rui de jogador para dirigente foi muito mau, mas terminou e agora temos alguém a gerir o nosso futebol que é um senhor, educado, elegante e com um conhecimento do futebol português e internacional invejável, se somarmos a isso um prestígio internacional relevante, parece-me que temos a pessoa indicada para o cargo.

Quanto à equipa que o Rui construiu para esta época tenho os seguintes comentários: começando pelos negativos tenho a dizer que acho que a equipa tem poucos jogadores portugueses, e que não tem um lado direito da equipa à altura do lado esquerdo, não me vou alongar mais porque acho que não são problemas graves; quanto aos aspectos positivos, tenho a dizer que a contratação do Reyes foi a decisão que poderá ser decisiva para o desenrolar do campeonato, é um jogador muito acima da média, consiga ele manter a concentração necessária, temos finalmente um desequilibrador à altura do Simão; o Suazo foi, na minha opinião, um mal que veio por bem, ou seja não se contratou o Luís Garcia (achava-o muito caro para a diferença que poderia fazer) e veio um jogador possante e rápido que poderá ser determinante nos jogos contra equipas mais pequenas; a saída do Petit deixou-me algo preocupado porque, apesar de achar que ele já tinha entrado na fase decrescente da sua forma física, não via no plantel alguém pudesse cumprir o seu papel de todo o terreno, e eis que ao fim de 1 ou 2 jogos aparece Yebda, um portento de força e capacidade física que não é nenhum trambolho e que tem mostrado capacidade para tomar conta do meio campo quase sozinho (o Ronhanholi e o Moutinho que o digam), um achado, parece-me daquele tipo de jogador que quase todas as equipas de topo têm, um Patrick Vieira à nossa dimensão; Na defesa há que referir 2 portentos, Sidnei e Miguel Victor, se um tinha de justificar o elevado custo o outro tinha a responsabilidade de mostrar que as escolas do Benfica estão a voltar ao bom caminho, até ao momento nenhum deles me desiludiu, antes pelo contrário, juntando a estes dois um Luisão em boa forma e o futuro melhor central do mundo (se as lesões o deixarem) David Luiz temos 4 centrais como nunca tivemos, resta ao Quique saber rodar entre os 4 para tirar deles o seu enorme potencial.

Finalmente expectativas para a época em curso. Parece-me que os nossos adversários estão particularmente acessíveis ente ano, tenho para mim que o Jesualdo ainda vai engolir o orgulho portista que agora ostenta e o Paulo Bento ainda se vai arrepender de não ter aceite o alegado convite do Man United para ser campeão pelo Sporting... feitas as contas acho que este é um ano em que apesar de se estar a construir a equipa temos boas hipóteses de ganhar o campeonato, embora não o possamos exigir porque ainda vamos, certamente, passar por algumas dificuldades.

Nenhum comentário: