Este post inicialmente teve a intenção de saudar a grande vitória por 6-1 com o Nacional!...
Ou para questionar como se sentiriam os jogadores do Everton após o massacre total que conduziu a um resultado inédito de 5 golos sem resposta...
O seu título esteve para ser "O rei das assistências" ou ainda "O Lateral Esquerdo da Selecção", em homenagem às brilhantes actuações do jovem Fábio Coentrão nestas duas partidas, especialmente na sua forçada (ou será iluminada?) adaptação à posição de lateral esquerdo...
Por falta de tempo, nada disto foi dito ou escrito e entretanto chegou o jogo mais tenso da temporada até ao momento: a deslocação a Braga para defrontar o co-líder e talvez o mais temível adversário do Benfica neste momento: o SC Braga de Domingos Paciência...
Aqui o Benfica não mostrou o "gás" que trazia das partidas anteriores e acabou por amedrontar-se perante a possibilidade de falhar. E quando se entra em campo a pensar no medo que se tem de falhar, é inevitável: falha-se! Os encarnados entraram mal no jogo e deixaram os bracarenses adiantarem-se no marcador.
Entre algumas jogadas mais questionáveis no que respeita ao julgamento do árbitro (benefício da dúvida de todo o modo para Jorge Sousa) e confusões à entrada e no túnel de acesso aos balneários, a equipa encarnada (a de Lisboa) lá reagiu, não escapando no entanto à primeira derrota da época, embora um tanto ou quanto injusta.
Logo apareceram os "chacais" da imprensa desportiva e não só, que ainda alguns dias antes colocavam o Benfica num pedestal intocável, a vaticinar o fim da campanha vitoriosa, o desastre eminente, o barco à deriva, a descida ao Inferno depois de se ter conhecido o céu!
Felizmente, nem o equipa encarnada é tão intocável como por vezes é apresentada na imprensa, nem é tão má como faziam parecer as manchetes do dia seguinte ao jogo em Braga!... E com serenidade, deslocou-se a Liverpool, onde arrancou mais 3 pontos para a Liga Europa em nova vitória frente aos "blues". Vitória tranquila, em exibição personalizada e nada ansiosa, tendo em conta o recente desaire.
E já ninguém se lembra do Braga (que por acaso até perdeu nesta jornada com o seu arqui-rival minhoto, o Vitória de Guimarães)... especialmente depois do minuto 89 do jogo com a Naval (que se comportou com dignidade não recorrendo ao anti-jogo!): depois de torpedear os postes, a barra, os corpos dos jogadores da Figueira da Foz, as mãos do guarda-redes, Javi Garcia conseguiu finalmente empurrar a bola para as redes contrárias!
E desta vez, o inferno já era outro: o inferno da Luz!... a celebrar a conquista de tantos pontos nesta jornada!
10 novembro 2009
Do céu ao inferno - Destino final: Inferno da Luz
25 outubro 2009
Obrigado Jesus!
Quem acompanha este blog sabe que nunca estive em total sintonia com a escolha de Jorge Jesus para o cargo de treinador do Benfica, não acho que tenha o perfil e sempre tive dúvidas acerca da sua capacidade de impor as suas regras com estrelas que são mesmo estrelas.
Acerca do primeiro ponto, continuo a achar que, apesar do enorme esforço que ele tem feito, este não é o perfil para um treinador de topo.
Acerca do segundo ponto, começo a achar que o homem esteja a ter algum sucesso nessa gestão do grupo de trabalho, e como o que interessa é... a atitude (para mim os resultados são uma consequência), vejo neste arranque de época um Benfica como nunca vi nos meus 32 anos de vida, mais do que correr e dar o litro, eu vejo esta gente com vontade de ganhar e por pouco perfil que o Jesus tenha isso já ninguém lhe tira, o mérito de colocar na cabeça daquela gente que eles podem e devem entrar em cada jogo para ganhar e por muitos. Por isso deixo aqui o meu muito obrigado a Jorge Jesus... pronto já disse.
Quero também dar o mérito aos jogadores por terem entendido que esta é uma oportunidade única para brilharem bem alto, e aos dirigentes por terem proporcionado um plantel e um estrutura estável para que os jogadores e treinadores trabalhem à vontade, até lhes perdoo inclusive a contratação do César Peixoto, vejam lá o quão agradecido eu estou.
Saudações Cativas
08 outubro 2009
...E o sorriso da vitória!
Uma entrada fulgurante, 3 golos que desarmaram a equipa do Paços e que permitiram ao Benfica respirar!
Depois do jogo tremido de 5ª feira era muito importante perceber como iria a equipa reagir. Com uma óptima resposta anímica e conscientes de que não podia haver deslizes neste jogo, os encarnados entraram "a matar"!
Para mais, sabiam que não contavam com algumas peças base do onze titular, para além de ser mais do que provável que as pernas não aguentassem para lá dos 60 minutos de jogo.
Por tudo isto, foi ainda mais relevante a forma como o Benfica entrou no jogo, transformando o que poderia ser um calvário em busca dos 3 pontos num jogo bem controlado, para não deixar o (ainda!) 100% vitorioso Sp. Braga fugir na tabela classificativa.
Uma palavra de apreço para o Paços de Ferreira, que não baixou os braços, lutou, criou oportunidades (muito bem esteve também Quim!) e que acabou por marcar o seu tento de honra!
Em suma, a gestão do esforço foi exemplar... a par provavelmente de uma excelente gestão da motivação e da força subconsciente dos jogadores!...
Eventualmente, Jorge Jesus terá mesmo sido brilhante!?!...
Saudações cativas.
03 outubro 2009
Benfica meu eterno amor
Sem mais palavras...
Nota: Enviado pelo nosso leitor Nuno Catarino, muito obrigado
O sabor amargo da derrota
E depois de 6 jogos vitoriosos, o Benfica redescobriu o sabor amargo da derrota.
Foi no jogo a contar para a Liga Europa, em Atenas, frente ao AEK.
Para alguns dos mais cépticos, nos quais me incluo, será mais um sinal que não há "passeios no parque" e que os resultados recentemente alcançados (veja-se os 5-0 no fim de semana passado perante a equipa sensação da época passada, o Leixões) não são ainda prova de solidez e consistência da equipa. A verdade é que a equipa encarnada, apesar de ter novas ideias e de as conseguir colocar em campo, estará ainda longe de uma dinâmica imperturbável de uma equipa que só sabe ganhar.
Outro equívoco deste início de época (da imprensa, de alguns adeptos, mas fundamentalmente do técnico Jorge Jesus) parece ser desde já o do jogador que "não sabe jogar mal".
Contratado ao Sp. Braga, após acesa polémica, César Peixoto não só já provou que "sabe jogar mal", com também tem demonstrado de modo sistemático exibições bastante fracas.
Admitindo que se trata de um jogador com alguma técnica, está à vista a falta de rapidez (imperdoável para um lateral) e por vezes, uma sensação de que está alheado do jogo, falhando passes fáceis, entregando a bola ao adversário e descompensando o sector defensivo encarnado... pobres David Luiz e Luisão que se vêem depois a braços com a carga de artilharia rival, só porque a mesma não foi evitada em tempo útil, quando seria tão mais fácil.
No jogo em Atenas, rubricou mais uma exibição pálida... desta vez parecida com a da equipa do Benfica. Pode-se dizer que foi antes uma exibição descolorida, dado que ainda assim, os encarnados conseguiram criar uma mão cheia de oportunidades apenas salvas pela magnífica exibição do guardião do AEK. E já se sabe, quando uma bola entra, tudo muda: os níveis de ansiedade diminuem, a confiança e a clarividência aumentam. Infelizmente para o Benfica, desta feita, tal não sucedeu.
O maior pecado do Benfica neste jogo foi precisamente o não saber dar a volta por cima, e o seu maior desafio será o de aprender a viver com um resultado negativo, sem que o mesmo afecte o seu desempenho exibicional, possibilitando as reviravoltas.
É claro que qualquer Benfiquista ferve por dentro ao acompanhar o jogo comentado pelos inqualificados comentadores da SIC. Parecia um cenário de horror...
As expressões "este Benfica não é aquele a que estamos habituados" e "O Benfica está a passar completamente ao lado do jogo" ouviram-se para cima de uma dezena de vezes. Curiosamente, qualquer remate ou ocasião de golo dos encarnados era comentada com tal desinteresse que no final, quando vemos o resumo até nos interrogamos... tantos remates do Benfica?
Não, este não foi o pior jogo do Benfica do século, e seria óptimo que o registo dos jornalistas e comentadores fosse diferente... que os mesmos adoptassem uma postura mais séria.
Outro dado curioso no jogo foi o comportamento de Jorge Jesus... Quem o viu esbracejar furiosamente junto à linha lateral espicaçando os seus jogadores no jogo com o Vitória de Setúbal, quando o resultado já estava em 6 ou 7 a zero, estranhará a aparente passividade que assumiu nos últimos 15 minutos do jogo em Atenas, em que se limitou a ser um mero espectador.
Os adeptos fervorosos de JJ poderão dizer que é uma questão de estratégia: o jogo com o AEK não era de vida ou de morte e por isso Jesus deixou a equipa afundar-se para os jogadores entenderem que não os espera um mar de facilidades. Para além disso, terá mais um argumento de motivação para o jogo da próxima 2ª feira, frente ao Paços de Ferreira... quando entrar em campo uma equipa desfalcada de alguns jogadores de maior influência (Maxi, Aimar e Di Maria, ao serviço das respectivas selecções), os jogadores do Benfica saberão que não podem fazer dois resultados negativos seguidos... e transcender-se-ão para chegar à vitória.
E para Jesus, uma vitória frente ao Paços valerá mais do que uma frente ao AEK, pelo menos nesta fase da época.
Se esta "teoria da conspiração" estiver na cabeça de Jorge Jesus, então só um adjectivo assenta ao treinador encarnado: brilhante! Se não, descobrimos que afinal é um homem que às vezes também se cansa de gritar para dentro das quatro linhas.
Saudações cativas.
24 setembro 2009
Vida difícil nos 100 dias de Jesus
Já passaram 100 dias desde que Jesus chegou à Luz.
Desde esse primeiro dia reiterou muita confiança, atitude e a promessa de que os jogadores do Benfica esta época jogariam pelo menos o dobro do que no passado recente.
Após 100 dias aos comandos da máquina encarnada, já será possível fazer um primeiro balanço face às expectativas.
Se é verdade que há que dar créditos (também) ao técnico pelo facto da equipa do Benfica ser agora muito mais equipa, pelo arranque da temporada em termos de resultados se encontrar ao melhor nível das últimas épocas (apenas uma derrota em 8 jogos disputados, num encontro que já não contava, na Ucrânia) e pelos sucessivos recordes de público a seguir o onze encarnado, também há que dizer que a vida não tem sido fácil.
Entre resultados e exibições tranquilas e de grande qualidade (a última das quais frente ao Bate Borisov na semana passada), têm surgido também outras menos conseguidas e algumas vitórias arrancadas a ferros - veja-se o caso do jogo com o Vitória de Guimarães e o da última jornada, frente ao União de Leiria.
Nesta partida, por uma infelicidade do grande central que é David Luiz, complicou-se o que parecia fácil. Teve que vir ao de cima a garra e determinação, sobrepondo-se à qualidade de jogo, pondo à prova a serenidade dos adeptos.
Uma coisa é certa, o respeito e a admiração pública pelo trabalho desenvolvido pela equipa e respectivos responsáveis técnicos fazem com que os adversários joguem agora de modo menos atrevido quando defrontam os encarnados.
Ao longo da época, com a desejada consolidação do regresso do Benfica ao mais alto nível, quer em termos domésticos, quer em termos internacionais, seguramente as dificuldades serão também crescentes e os desafios serão cada vez mais exigentes.
Por enquanto, subsiste uma pedra no sapato, constituída pelo binómio SCBraga / Domingos Paciência que continua a liderar com eficácia de 100% o campeonato nacional.
Resta esperar que a equipa continue a crescer a um ritmo superior ao das adversidades com as quais se vai deparar ao longo do caminho!...
Para que daqui a 100 dias, Jesus possa, como quer, dedicar o 1º lugar do liga aos adeptos!... e especialmente para que o possa fazer no final da temporada!... Que vai ser longa, difícil e que, mais uma vez, vai obrigar os adeptos a sofrer... como deve ser, para que as conquistas no final sejam adequadamente valorizadas!
Saudações cativas.
PS - Infelizes árbitros assistentes suplementares (uma invenção pouco ortodoxa da UEFA, nos jogos da Liga Europa, esta época). 90 minutos parados, ao lado das balizas... Será que, estando literalmente ao lado do jogo, conseguirão ter um papel útil quando surgir o momento de finalmente intervirem? E quando chegar o Inverno rigoroso, assolando o continente europeu, estará prevista alguma equipa médica suplementar para recuperar os pobres juízes hipotérmicos no final dos desafios?... Tudo pela verdade desportiva! (Cartão Azul! Cartão Azul!).
22 setembro 2009
Um plantel para ganhar - Os reforços a sério
Mais um ano e mais uma reformulação de grande parte do plantel. Começa a ser hábito iniciar mais uma época com novo treinador e com uma boa parte da equipa nova. Mais 25 Milhões investidos e mais uma pre-época que nos dizia que este ano é que era (processo de sportinguização avançado).
A grande diferença este ano foi o critério utilizado na contratação dos jogadores, a maioria dos jogadores foi contratada para titular (com as excepções já referidas noutro post) e isso faz toda a diferença, uma coisa é contratar um Ramires outra é contratar um Balboa.
Vamos então analisar os restantes reforços:
- Shaffer, há muito tempo que não vejo um jogador cruzar tão bem, é um bom jogador, com alguma aptência ofensiva que às vezes é apanhado longe da sua zona de acção defensiva. O Jesus não gosta muito dele, mas acho que estamos perante um jogador que precisa de tempo para se adaptar, relembro que é comum no Benfica não se dar tempo ao jogadores, vamos tentar não cometer o mesmo erro com este jovem;
- Javi Garcia, foi geral a desconfiança pelo valor pago por este jovem produto da Cantera Madrilena, mas rapidamente o Javi dissipou todas essas dúvidas, é um jogador extraordinário, uma capacidade defensiva fora do comum, força e resistência sem no entanto ser violento. É um tipo de jogador fundamental em qualquer equipa, garante uma estrutura defensiva no meio campo que liberta os criativos para outras funções. Acho-o o reforço mais importante da época, até porque desde o Petit que não tinhamos um jogador com esta qualidade defensiva no meio campo e isso reflectia-se na qualidade de jogo;
- Ramires, não engana, é jogador e vai ser de uma utilidade extrema neste plantel, é um jogador discreto, de processos simples, mas que não sabe jogar mal, corre kilometros e é um jogador perfeito para o equilobrio do meio campo, onde temos 2 jogadores mais criativos como o Aimar e o Di Maria. Foi caro, mas não vai sair daqui barato, ainda por cima a jogar com regularidade na Selecção do Brasil;
- Fábio Coentrão, tivemos um jogador com o mesmo nome a jogar com a camisola do Benfica, mas não era metade do jogador que este é. Acho que estamos perante um Coentrão mentalizado que pode ter sucesso e disposto a correr e a jogar com garra para lá chegar. Está muito mais calmo, menos individualista sem no entanto perder aquela capacidade incrivel de partir para cima dos adversários. O Fábio Coentrão é, para mim, o melhor jogador jovem do futebolportuguês, é o único (a par do Varela) que via a jogar, de caras na selecção nacional;
- Felipe Menezes, jogador contratado para ser alternativa a Aimar (se isso for possível), confesso que conheço muito pouco do jogador, traz boas referências, é jovem, e o pouco que vi jogar deu boas indicações, vamos ver como evolui;
- Keirrison, se o Benfica tivesse pago 15M por este jogador já estávamos todos desesperados com o investimento, mas não fomos nós que pagámos, pelo que temos tempo. Do que conhecia do jogador no Brasil, estamos perante um craque, mas vamos ver como decorre a adaptação à Europa, não sei se o Benfica será o clube ideal, mas como o Cardozo está para ficar, não terá tanta pressão em cima. Acho que principal problema tem sido a capacidade de se adaptar à velocidadecom que os defesas lhe caem em cima, vai melhorar;
Uma última nota para o Di Maria, um pouco à imagem do Fabio Coentrão, temos um jogador novo, um grande reforço que nos vai ajudar finalmente a esquecer o Simão.
17 setembro 2009
Lisboa, Tejo e Tudo!
Uma espécie de regresso ao passado, em todos os sentidos.
As cores, os cheiros e sons do Restelo transportam-nos para outros tempos.
Assistir no estádio do "Futebol Clube Os Belenenses" a um encontro de futebol é muito mais do que isso mesmo.
É regressar a um futebol de paixão, feito festa de família a cada Domingo. É entrar por acessos que já não se usam (pelo menos comparativamente com os dos modernos e funcionais estádios pós Euro 2004), ver os ingressos serem vendidos em "barraquinhas" tipo feira, as pessoas tranquilas ao tomarem o seu lugar: ali, bem perto do relvado, o que provoca a ilusão dos jogadores se tratarem de gigantes.
Esquecemo-nos dos negócios menos claros, dos dirigentes de seriedade duvidosa, das guerras dos direitos televisivos e das jogadas de bastidores.
Fica só o prazer de estar ali, também para ver futebol!
O Benfica agarrou-se a este regresso ao passado, em busca do seu futuro. Repentinamente, já não eram Saviola, Cardozo, Ramires e Javi Garcia que estavam em campo mas sim Eusébio, Coluna, José Augusto, o "bom gigante" José Torres e demais heróis da equipa que tudo ganhou nos anos sessenta.
Não terá sido a melhor exibição da época, mas foi muito conseguida e, acima de tudo, eficaz! Mais importante ainda, a equipa mostrou garra: mesmo depois de estar em posição de vantagem no marcador, nunca entrou em letargia, talvez contagiada pelo ambiente de festa, exercendo ao invés uma pressão cada vez mais alta e uma posição de ainda maior domínio!
A ajudar, viu-se a desejada "Mística" do glorioso!
E assim terminou este "derby" da capital, que culminou na contundente vitória do Benfica, por 4-0. Numa bela tarde de Domingo, apareceram os golos e apareceu Lisboa, o Tejo e tudo!
Saudações cativas.
04 setembro 2009
Ser ou não ser...
Eis a questão!
Será esta a equipa que vai jogar duas vezes melhor do que a do ano passado?
Depois do jogo com o Vitória de Setúbal, e da vitória categórico-esmagadora da passada 2ª feira, por uns significativos 8-1, muitos dirão, que já é. Dirão que esta equipa nada tem a ver com o passado e que joga muito mais e melhor... Uma fome que já deu em fartura!
Pessoalmente, permaneço com o cepticismo em níveis moderados. Obviamente, no encontro com o Setúbal, o Benfica rubricou uma exibição notável, sobretudo ao nível da eficácia de concretização, que encheu as medidas a qualquer benfiquista que se preze. O carrossel do Benfica foi constante e os sadinos viram-se a perder por 5-0 sem perceberem o que lhes tinha acontecido... Numa palavra, brilhante!
O resultado final foi quase histórico (há 15 anos que não se marcavam tantos golos num só jogo). No entanto, este resultado deve ser entendido numa óptica mais abrangente, recorrendo-se para tal à memória mais ou menos recente:
- O Vitória de Setúbal apresentou uma equipa (?) constituída por jogadores que mal se conhecem, fruto das experiências tardias do Sr. Carlos Azenha, que será um dos grandes responsáveis da derrota, quer pela manta de retalhos da sua equipa - claramente a mais atrasada da Liga em termos de preparação - quer pelas "inovações" tácticas que quis pôr em campo;
- Apenas um par de dias antes, o Benfica, apesar de se apresentar com uma equipa mais ou menos de 2º plano, não pode justificar a exibição sofrível para a Liga Europa frente aos ucranianos do Poltava, averbando a 1ª derrota oficial da época;
- Na semana anterior, todos sofremos a bom sofrer no encontro com o Vitória de Guimarães (equipa que ainda não conseguiu marcar qualquer golo em 3 jogos), e lá se acabou por conquistaros 3 pontos in extremis.
- Na época transacta, imediatamente antes do descalabro do último terço do campeonato, o Benfica foi aos Barreiros derrotar o Marítimo por uns assinaláveis 6-0... Como se viu, a exibição e o resultado então conseguidos não expressaram qualquer tipo de tendência positiva ou de dinâmica da equipa, antes pelo contrário! Neste caso concreto, recordo-me que a exibição nem foi assim tão espectacular quanto o resultado conseguido faria supor (a exibição frente ao Setúbal foi muito mais conseguida), mas à época, os adeptos ficaram igualmente deslumbrados e confiantes na equipa.
- Recuando ainda mais no tempo, há uns anos, nas competições europeias, o Benfica encaixou num jogo 7 golos do Celta de Vigo, uma equipa mediana da liga espanhola. Seria a equipa do Celta muito boa? Ou a do Benfica muito má? Penso que a resposta para ambas as questões é negativa. O resultado foi o que foi, porque há jogos assim, em que tudo corre pelo melhor a uma das equipas... Qual seria a moral dos jogadores do Setúbal para entrar em campo na 2ª parte do jogo? São jogos atípicos com resultados atípicos, dos quais não se devem extrapolar, a meu ver, grandes conclusões.
Em resumo, acredito que este será o ano... que esta será a equipa que vai conquistar o título de campeão nacional e que se pautará por uma maior consistência exibicional. Mas, qualitativamente, ainda não é a equipa de jogar (sempre) o dobro da época passada!...
"Rolos compressores" já não existem no futebol moderno: existe ou pode existir trabalho, humildade, disciplina, mas também alegria de jogar e a famosa mística!... para deixar no caminho, jogo após jogo, adversários vencidos!
Saudações cativas.
29 agosto 2009
O plantel para ganhar - as contratações de Jesus
Agora que foi contratado o 10º reforço da temporada e estamos quase no final do prazo para as inscrições é uma boa altura para fazermos uma análise daquilo que será o plantel para atacar o título (espero que não estejam reservadas surpresas para o último dia). Regra geral penso temos melhor plantel do que o ano anterior e temos também boas possibilidades de fazer um melhor onze que o ano transacto. No entanto temos algumas coisas com as quais não posso concordar.
Eu sou defensor de uma estrutura de futebol em que existe um director desportivo (ou outro qualquer responsável, para este efeito é irrelevante) que define um plantel, ao treinado cumpre-lhe a tarefa de treinar esses jogadores e tirar deles o melhor rendimento, não gosto que os treinadores façam exigências e tragam os seus amiguinhos, acho que isso é mau para o balneário, embora compreenda que possa em um ou outro caso ocorrer. No caso do Jorge Jesus, não consigo aceitar a contratação do Júlio César e do César Peixoto, e dificilmente consigo entender a contratação do Weldon.
Vamos então por partes:
- para mim só se contratam jogadores para titulares ou muito próximo disso (que joguem com regularidade ou que tenho enorme potencial), pelo que, seguindo esta regra, para se contratar um Guarda-redes tínhamos de contratar alguém com capacidade de entrar de caras na equipa, a alternativa seria dispensar sempre o Moretto e ficar com um guarda-redes das escolas (os jogos que vi do juniores deixaram-me mais ou menos tranquilo com o Pedro Miranda);
- sendo um jogador um recurso humano de um clube, há que contratar aqueles que dêem garantias de qualidade a diversos níveis, em primeiro lugar desportivas, e em segundo lugar humanas. Segundo estes critérios o Cesar Peixoto nunca, na minha opinião, deveria vestir a camisola do Benfica, é um jogador mediano que só joga melhor em condições muito especiais (embora eu até nem discuta muito este critério) e principalmente porque não aceito que um jogador que se recusou a jogar pelo clube que lhe paga o ordenado seja um bom profissional, e se podemos estar sempre sujeitos a que isto aconteça com qualquer jogador, com este temos a certeza que vai acontecer se algum dia quiser sair, e só isto é motivo para ficar indignado com esta contratação, porque por um lado contratámos um mau profissional e por outro porque nos colocámos ao mesmo nível de comportamento que o do Sr. Salvador que tanto criticámos. Em relação a este ponto, gostaria ainda de saber melhor o que se passou com o Luisão antes do jogo com o Poltava... se calhar colocámo-nos a jeito.
- por fim, em relação ao Weldon, tenho de dizer que tem sido uma surpresa positiva nos primeiros jogos, já ganhou créditos suficientes junto dos sócios para uns meses. No entanto é certamente uma contratação que não entendo, com Cardozo/Kerrison para uma posição e com Saviola/Nuno Gomes para a outra já no plantel (nem estou a contar com o Mantorras ou com o Nelson Oliveira que poderia vir do juniores em caso de catástrofe) como é que um treinador justifica a contratação de um outro avançado? Por muito barato que seja (e já foi claramente pago com os golos que marcou) não entendo muito bem uma politica desportiva que aceita a contratação de um "menino do treinador" para deixar sem jogar o nosso capitão (um dos jogadores mais bem pagos do plantel). Eu entendo que o Nuno Gomes possa não ser o sonho de todos os treinadores, mas ele já lá está, é importante no balneário e na minha opinião tem de jogar, porque um jogador que não joga fica cada vez pior e quando precisarem dele não serve para nada porque não tem ritmo de jogo, para além disso um treinador que não consegue tirar proveito de um jogador com a experiência do Nuno para ser um bom suplente então mais vale pedir a reforma porque não tem capacidades suficientes para treinar uma equipa como o Benfica. Tendo em consideração as respectivas diferenças de nível acham que o Nuno Gomes é assim tão mais fraco que o resto do plantel, o que dizer então de jogadores como Raúl, Inzaghi, Paolo Maldini, Paul Scholes, Ryan Giggs, Luís Figo, etc. As equipas precisam de referências em campo e o Benfica com as constantes mudanças ainda mais. Para concluir, estou a gostar do Weldon e já que veio, que seja bem vindo e que tenha a força de nos ajudar a ganhar o campeonato, mas espero mesmo que isto não seja o principio de uma época penosa para o Nuno Gomes.
No próximo post falarei dos outros reforços.