04 setembro 2009

Ser ou não ser...

Eis a questão!

Será esta a equipa que vai jogar duas vezes melhor do que a do ano passado?

Depois do jogo com o Vitória de Setúbal, e da vitória categórico-esmagadora da passada 2ª feira, por uns significativos 8-1, muitos dirão, que já é. Dirão que esta equipa nada tem a ver com o passado e que joga muito mais e melhor... Uma fome que já deu em fartura!

Pessoalmente, permaneço com o cepticismo em níveis moderados. Obviamente, no encontro com o Setúbal, o Benfica rubricou uma exibição notável, sobretudo ao nível da eficácia de concretização, que encheu as medidas a qualquer benfiquista que se preze. O carrossel do Benfica foi constante e os sadinos viram-se a perder por 5-0 sem perceberem o que lhes tinha acontecido... Numa palavra, brilhante!

O resultado final foi quase histórico (há 15 anos que não se marcavam tantos golos num só jogo). No entanto, este resultado deve ser entendido numa óptica mais abrangente, recorrendo-se para tal à memória mais ou menos recente:

- O Vitória de Setúbal apresentou uma equipa (?) constituída por jogadores que mal se conhecem, fruto das experiências tardias do Sr. Carlos Azenha, que será um dos grandes responsáveis da derrota, quer pela manta de retalhos da sua equipa - claramente a mais atrasada da Liga em termos de preparação - quer pelas "inovações" tácticas que quis pôr em campo;

- Apenas um par de dias antes, o Benfica, apesar de se apresentar com uma equipa mais ou menos de 2º plano, não pode justificar a exibição sofrível para a Liga Europa frente aos ucranianos do Poltava, averbando a 1ª derrota oficial da época;

- Na semana anterior, todos sofremos a bom sofrer no encontro com o Vitória de Guimarães (equipa que ainda não conseguiu marcar qualquer golo em 3 jogos), e lá se acabou por conquistaros 3 pontos in extremis.

- Na época transacta, imediatamente antes do descalabro do último terço do campeonato, o Benfica foi aos Barreiros derrotar o Marítimo por uns assinaláveis 6-0... Como se viu, a exibição e o resultado então conseguidos não expressaram qualquer tipo de tendência positiva ou de dinâmica da equipa, antes pelo contrário! Neste caso concreto, recordo-me que a exibição nem foi assim tão espectacular quanto o resultado conseguido faria supor (a exibição frente ao Setúbal foi muito mais conseguida), mas à época, os adeptos ficaram igualmente deslumbrados e confiantes na equipa.

- Recuando ainda mais no tempo, há uns anos, nas competições europeias, o Benfica encaixou num jogo 7 golos do Celta de Vigo, uma equipa mediana da liga espanhola. Seria a equipa do Celta muito boa? Ou a do Benfica muito má? Penso que a resposta para ambas as questões é negativa. O resultado foi o que foi, porque há jogos assim, em que tudo corre pelo melhor a uma das equipas... Qual seria a moral dos jogadores do Setúbal para entrar em campo na 2ª parte do jogo? São jogos atípicos com resultados atípicos, dos quais não se devem extrapolar, a meu ver, grandes conclusões.

Em resumo, acredito que este será o ano... que esta será a equipa que vai conquistar o título de campeão nacional e que se pautará por uma maior consistência exibicional. Mas, qualitativamente, ainda não é a equipa de jogar (sempre) o dobro da época passada!...

"Rolos compressores" já não existem no futebol moderno: existe ou pode existir trabalho, humildade, disciplina, mas também alegria de jogar e a famosa mística!... para deixar no caminho, jogo após jogo, adversários vencidos!

Saudações cativas.

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