27 junho 2008

FIFA aprova Regra 6+5

O Euro2008, é bom para muita gente em virtude de permitir colocar na sombra diversos assuntos que vão surgindo e que vão passando despercebidos em detrimento do show off circense em que se tem tornou a selecção nacional. Eu compreendo que para os emigrantes esta foi uma oportunidade de ouro para poderem expandir o seu nacionalismo, mas convenhamos que este circo todo poderá ter sido contraproducente, continuo a achar que todo este movimento mediátio foi absurdo e teve impacto na performance dos jogadores e tornou a derrota com a mais forte Alemanha uma desilusão do tamanho do mundo para muita gente.

Mas o assunto deste post é outro, tem a ver com uma notícia que surgiu há umas semanas e que ainda não vi devidamente explorada, e que irá dar muito que falar se for mesmo adiante. A FIFA aprovou no seu congresso anual uma nova regra que obriga os clubes a jogarem de início em todos os jogos com, pelo menos, 6 jogadores nacionais. A União Europeia já deu indicações de que essa regra vai contra a legislação europeia de livre circulação de trabalhadores dentro do espaço europeu, pelo que se avizinham grandes conflitos jurídicos para os próximos tempos.

A proposta da FIFA assenta numa implementação faseada: 4+7 em 2010-2011, 5+6 em 2011-2012 e 6+5 em 2012-2013.

Em termos de campeonato português parece-me que poderá ser muito importante para o fortalecimento de uma filosofia de formação ao invés de uma filosofia de importação, porque actualmente, em Portugal, as equipas jogam com cerca de 80% de estrangeiros (estimativa minha) e o jogador português é invariavelmente preterido em benefício de um qualquer estrangeiro de qualidade duvidosa mas que permite um maior encaixe financeiro aos respectivos empresários.

O Sporting será, com base no plantel do ano passado, a equipa que melhores condições tem para implementar rapidamente um sistema destes, pois joga regularmente com 5/6 jogadores portugueses (7/8 se contarmos com o liedson e derlei nessas condições), embora com as saidas anunciadas de Moutinho e Veloso, esses números poderão ser mais complicados de manter, apesar da possibilidade da entrada de Adrien ou da recém contratação do Postiga.

O Benfica estará logo a seguir na lista dos clubes grandes com melhores condições para implementar esta regra, joga habitualmente com 4/5 portugueses (seriam 5/6 se o Rui Costa ainda continuasse). A contratação de um novo avançado e uma menor forma fisica do Petit pode por em causa esses números, mas se algum dos júniores que irão fazer a pré-época ou o Ruben Amorim, ou o Fábio Coentrão se mostrarem à altura (ainda não acredito na contratação do Jorge Ribeiro) podem fazer os números subirem novamente.

O Porto é o clube que, neste momento apresenta sérias dificuldades em cumprir com os valores definidos. Se no ano passado apresentava regularmente 4 jogadores portugueses no onze, na próxima época esses número poderão ser muito, mas mesmo muito complicados de manter. Quaresma está de saída, o Burro Alves também poderá abandonar o barco, Pedro Emanuel poderá claudicar perante um central mais jovem, resta Raúl Meireles, sem que não se vislumbrem no banco alternativas portuguesas credíveis.

Confesso que me parece uma medida acertada, só tenho algum receio que sirva para mais uma onda de nacionalizações interesseiras e com motivos pouco éticos. Enfim, vamos ver se avança.

Um comentário:

Irene Sarranheira disse...

Olá tbm sou de Mafra,bjinhos Irene Sarranheira;)