24 novembro 2008

Jogar para ganhar

Eis o regresso às crónicas após o desaire caseiro com o Galatasaray, precisamente na semana em que o Benfica volta a jogar a sua sorte na taça UEFA, desta vez, na Grécia.

Depois desta última derrota, a equipa encetou um caminho de vitórias consecutivas, 1 para a Taça de Portugal frente ao Desportivo das Aves, e duas para o campeonato, frente ao destroçado Estrela da Amadora e, ontem mesmo, na deslocação a Coimbra para defrontar a Académica local.

Estes três jogos têm uma linha condutora e características comuns:

- Para começar, foram jogos pouco entusiasmantes (de bocejar mesmo), e porventura por este facto, apenas agora justificam um pequeno comentário neste espaço;

- Em todos os eles, a equipa não apresentou índices exibicionais de relevo... pode-se dizer mesmo que jogou em serviços mínimos para garantir os pontos em disputa (ou o acesso à seguinte eliminatória da taça);

- Poucas oportunidades de golo foram criadas, mas os níveis de eficácia foram notáveis (veja-se o exemplo de ontem: na primeira parte, uma oportunidade um golo, na 2ª, uma oportunidade - remate ao poste de Suazo - 1 golo, mas na sequência de uma grande penalidade conquistada por Reyes);

- Alternância do 11 titular: Quique Flores continua a fazer uma gestão do seu plantel (especialmente na vertente ofensiva) e optou por fazer rodar em todas as partidas vários jogadores. Ontem ficaram de fora de início os habituais Katsouranis, Carlos Martins, Aimar, Jorge Ribeiro e Suazo.

Já aqui escrevi que os campeonatos se ganham muito à custa destes jogos pouco entusiasmantes, desde que deles resulte o amealhar de pontos correspondente.

Ora o Benfica de Quique Flores conseguiu ganhar esses pontos, e ainda para mais "poupando" a equipa por um lado e, por outro, deixando a mensagem ao plantel que todos podem ser chamados a qualquer momento, o que é muito benéfico em termos de competitividade interna.

Quando os jogos não apaixonam, há que garantir os 3 pontos, e é isso que tem acontecido, com o Benfica a cimentar a sua posição no topo da tabela (atrás de um surpreendente Leixões que não desarma da liderança!)...

Algumas notas ainda sobre o jogo de ontem:

- A adaptação de David Luiz a defesa esquerdo não parece ter sido muito feliz, apesar de cumprir vários objectivos (nomeadamente o descanso de Jorge Ribeiro para os próximos embates e o recuperar de ritmo competitivo do regressado David Luiz, após longa paragem). O jovem brasileiro não comprometeu, mas também não fez propriamente uma exibição de encher o olho... E uma pergunta: Onde está Léo?

- Luisão abandonou o relvado um ou dois minutos antes do final da partida. Tudo tranquilo, a vitória estava garantida, a Académica estava longe de ameaçar, e, apesar de já estarem esgotadas as substituições, estavam em campo vários jogadores que podiam compensar a saída do subcapitão encarnado... Espera-se que não seja o início de uma lesão relevante... De todo o modo, existem soluções, nomeadamente a de David Luiz.

- Cardozo, em 9 jogos na liga já conta 5 golos (de penalty ou não, é pouco relevante, porque também é preciso arte para concretizar as grandes penalidades). A utilidade do gigante paraguaio parece continuar a ser inegável, embora ande um pouco ofuscado pela concorrência aos olhos dos adeptos. Ontem alinhou de início, marcou o 2º golo do Benfica mas pareceu realmente um pouco cabisbaixo e alheado do jogo. Já se sabe que, a um jogador com as suas características, se lhe pede apenas que toque duas ou três vezes na bola e que nessas ocasiões, concretize... mas ontem realmente, apesar do golo, não rendeu o habitual. Será necessário que o treinador ou alguém lhe explique por um lado a sua importância no plantel, mas que deixou de haver titulares indiscutíveis. O Benfica precisa de um Cardozo motivado, inspirado e, sempre que toque na bola, "matador"!

- Suazo entrou apenas na 2ª parte e voltou a confirmar as suas capacidades: sempre felino e agressivo, rápido e tecnicista, voltou a ficar a 5 cm do golo... a largura da base do poste da Académica... e que golo seria!

Saudações cativas.

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