25 agosto 2008

Regresso

Aproxima-se o final do mês de Agosto. O país começa a sair lentamente da letargia morna das férias, povoada de não notícias quer a nível desportivo quer a todos os outros, apenas com alguns rasgos de interesse olímpico (grandes Nelson e Vanessa!).

Por seu lado, a vasta comunidade emigrante portuguesa prepara-se para voltar aos seus respectivos países de residência, não sem antes aproveitar para espreitar como estão os seus clubes de sempre... primeiramente com alguns jogos a feijões e finalmente com a 1ª jornada do campeonato que agora é "Sagres".

A palavra chave desta época do ano é regresso! O regresso a casa, o regresso às aulas, o regresso ao trabalho... o regresso aos estádios, e, porque não, o regresso do Benfica aos títulos?

Depois de um relativamente largo período de tempo de pausa, regressam ainda os meus comentários neste blog.

As novas equipas do Benfica (quer técnica, quer directiva, quer desportiva) vão enchendo os adeptos benfiquistas de ilusão (um espanholismo bastante apropriado!) de que esta época estará qualitativamente distante da anterior.

A qualidade média da equipa titular subiu consideravelmente, os jogadores começam a revelar alguma disponibilidade táctica e, aos poucos, vê-se que o futebol praticado volta a mostrar algumas (boas) ideias.

O novo treinador, Enrique (Quique para os amigos) Flores, parece ser uma pessoa bem formada, e mais do que isso, um bom profissional e um profissional motivado. Os jogadores sentem-se acompanhados e orientados por alguém que percebe do assunto e que se importa com o que eles fazem dentro de campo... isto faz toda a diferença!

Mas desenganem-se os que esperam um "passeio no parque" garantido pelas estrelas Aimar, Reyes e companhia. Está visto que os resultados não aparecem porque sim, e prova disso mesmo, foi o empate cedido ontem contra o Rio Ave, no arranque da época.

Apesar do Rio Ave se ter apresentado como uma equipa compacta, rigorosa e motivada (ao contrário dos fraquinhos Trofense e Belenenses - que desilusão... se as coisas não melhorarem pelos lados do Restelo, prevejo uma época bastante difícil para estes azuis), o Benfica tinha evidentemente obrigação de ganhar, e acima de tudo de jogar mais.

De todo o modo, quando soou o apito final, não senti o mesmo amargo de boca que vezes sem conta me assolou ao longo da época passada. O jogo do Benfica esteve longe de ser brilhante (e terá que melhorar substancialmente, se queremos ser candidatos ao título) mas também não foi uma exibição amorfa e desesperançada como acontecia na época passada, em que os jogadores se limitavam a esperar que os minutos passassem e que os rasgos de um ou outro jogador servissem para chegar a um resultado positivo.

Estamos apenas no início do início, mas é importante não perder o comboio...

Foi apenas o início deste regresso, que todos queremos que se concretize daqui por aproximadamente 9 meses!

Saudações cativas.

21 agosto 2008

Paella

Não sei se o nosso treinador gosta de cozinhar, e muito menos sei se sabe preparar o prato predilecto dos Nuestros Hermanos e originário de...Valência claro está...Estou a falar obviamente da Paella.

A Paella é um prato que junta arroz, variadíssimos vegetais e ultimamente chocos, camarões, pimentos e montes de outras coisas, inclusivamente o tomate. A Paella é feita numa paellera com determinadas dimensões e deve ser cozinhada a uma determinada temperatura para não queimar os ingredientes e não dar um sabor mau ao arroz. O sabor deve ser forte, apurado e distinto...

O Benfica cheira a isto mesmo, cheira a uma boa paella, cozinhada com tranquilidade, em lume brando, com ingredientes variados e interessantes e que fazem a diferença no sabor, côr e própria textura do cozinhado. Ficamos com a sensação que o cozinheiro sabe o impacto de cada condimento, e sabe a hora exacta em que tem de dar a volta à colher. Gosto da forma como ele coloca os ingredientes essenciais no início, como eles se movimentam na paellera, como eles sentem que não têm o lugar garantido e como eles pressionam para manter o sabor.

Espero que assim continue, e que o sabor da nossa Paella encarnada se apure cada vez mais. De pratos esturricados estou eu farto e este cozinheiro pelo menos parece saber o que faz.

LM